Você precisa da minha dor
onde está o respeito?
A dor de cabeça vem
Sagacidade, atrocidade
Sigo em teu contexto
Neste vão de desdém
Nesta cidade, à tarde
Vou como ninguém
Insignificância, você tem dentro de si, ignorância
Desprezando os outros, menosprezando a mim e doutros
Confesso que ao teu lado quis ficar, mas hoje é um mal estar
Atrelar fitas às estrelas, que não alcanço, lanço o balanço
Desta mordaça, traça, o seu olhar de devassa, como uma traça
Que haja! Que faça! Que se faça! Nada convém nesta bagaça!
Reprimindo os outros,
Destruindo os demais
Vou além com os quais
Você nunca pensou
Que sentimentais não falam mais
Ferroando na ferida, culpando e comprando, diminuindo
Arrassando na dolorida, sorrindo e rindo, vindo atrito
Guardando na doída, dor de um sujeito, feito, não mais
Menosprezando, se regulando, como alguém a mais, demais
Não se segura, ela continua na peçanha, fanha, acha que ganha
Diminuindo os outros,
Reduzindo os demais
Vou aquém com vaz
Além do que comentou
Que pensamentos são fracos demais
Digo que esta minha ferida, menosprezada e destroçada, mente ardida
Não é mais minha, e sim, sua, pois é com a tua, e somente sua
Mente impura, sentimentos sórdidos, alma numa lura, de sangue sólido
Esta minha dor não é minha, e sim, sua
Não por você ter tomado conta dela como tua
Mas sim, porque você é quem sente em dobro
O que me obriga a sentir neste seu obro
Respeito você não tem a si
Portanto, cobra dos outros o que não tem
Mas só o que lhe é trazido é o que provém
Deste meu eu, e de outros pobres coitados além
Olhe mais para si e perceba a dor que tem
Faça dela algo melhor, atravesse-a
Eu não estou aqui para te julgar
E sim, para ser alguém melhor
Não melhor que você, mas sim, melhor do que eu era ontem
Meu nome não pertence aquém nem a alguém, mas pode me chamar de ninguém
Por quê? Porque você precisa de alguém para se sentir alguém
Porém... Este, não serei eu, pois o meu, este que era seu,
Vai bem mais além, e você, não precisa saber nada deste alguém