MARCAS
Vi você caminhando,
Lentamente a vagar,
Tal como uma folha,
Que sem destino se deixa levar,
E na imensidão dessa solidão,
De tantas recordações,
Deixa-se flagrar,
E como vítima se deixa acuar,
Sem se importar,
Dos infinitos motivos,
Que a levaram a se condenar.
Vi você,
Em contraste com o tempo,
Feito trapo de gente,
Tropeçando na mente,
Corroída pelo tempo,
Que já nem sente o suor sujo e morno,
Lavando ingenuamente todo o corpo,
Marcas visíveis que o tempo,
Sem piedade a massacrou,
E tão cruelmente a deixou,
Como um simples caso de amor.