Vou bebendo para tentar esquecer
Você me diz pra parar de beber
Mas vou bebendo para tentar esquecer
Que o mundo é uma fossa natural
Que meu peito já não tem conserto
Que o amor é o meu defeito
E nesse habitual desapego
Garrafas são mais amigas do que corpos
Ser ébrio é tentar ser sóbrio
Nesse chão de vozes esganiçadas
Onde a mudez é tudo o que se escuta.