A qualquer momento

A paz suada através da guerra,

Uma guerra abafada no sangue...

na dor de perfurar poços alheios,

no amor de estar em fartos seios,

nos seios que tanta história encerra,

no encerramento da foto estanque.

Qual milagre irrompe essa barreira;

Qual barreira um dia levantada

não caiu ante a força do viver?

Esta ação que se faz à cabeceira,

mas não para dormir, nem adormecer.

Faz-se como clarins ao ataque;

Como dentes e bocas à fome.

No desejo de vencer o inimigo.

Ou apenas contê-lo no único baque,

Ou ainda pô-lo dormente, sem nome,

sem vontade, sem sombra, sem umbigo.

Pô-lo sob as águas de mar sereno.

Onde dormitará inerte e perene...