Das Águas

É raro

Mas, algumas vezes, me banho no mar

O mar que já engoliu tantos

E sei que ainda há de me engolir um dia.

Por isso prefiro saber qu'eu estarei diante dele só de passagem

Pois eu me rego, de fato, dos ciclones da mente.

Há na minha cabeça tufões e redemoinhos

Pensamentos altruístas e mesquinhos

Mas, ainda sim, penso e não morro afogado.

Não morro sequer de pensar no pecado ou no nada

Porque esse é o princípio.

Nada.

Nada o peixe que come o homem afogado que pecou antes da morte sem rogar clemência ao mar.

Então, para sempre existiremos

Por pensarmos

Por nos nos banharmos

Por morrermos

Ou por nada.

R.N.

RNetto
Enviado por RNetto em 22/05/2017
Código do texto: T6006552
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