TERAPIA INTENSIVA

Por ali já passara

Não que precisasse

Pelo que vira imaginara

Quando a vez chegasse

Onde todos se igualam

Entre a vida e a morte

Não há nome nem se falam

Entregues a Deus e à sorte

Tudo é tétrico na penumbra

Se é dia ou noite tanto faz

Neste infinito pouco se vislumbra

No torpor flutuante sente paz

A consciência lentamente aflora

Ruídos distantes sonolência e dor

A voz familiar notícia e conforta

Estimula para ser vencedor

As lágrimas do choro contido

Embaçam a visão das mãos que lavam

O corpo inerte extenuado e lívido

Dos rostos anônimos que gravam

Há tempo para confissão interior

Despojado do orgulho e arrogância

Em promessas ao Altíssimo Senhor

Ser melhor e justo na tolerância

Do calvário vivido jamais esquece

Sem maldizer porque pode voltar

É na agrura que se fortalece

Aquele que retorna para amar.

Tite Furtado
Enviado por Tite Furtado em 04/05/2017
Reeditado em 04/05/2017
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