Por que, óh doce vida?
Óh querida vida!
Mas que triste contraste
Em um dia alegria
Noutro desastre.
Óh, frágil vida!
Um segundo, tudo sucumbe
Permanecendo a dor da partida.
Hoje o dia amanheceu doído e cinzento
Visitou-me o sofrimento
O inevitável desalento
Mas não o acalento.
Óh doce e dolorosa vida!
Por que és tão linda e igualmente impiedosa?
Eu que a todos almejava com o amor curar
Permaneço na dor de ver a vida a mais um ente querido levar.
Por que, óh doce vida,
me colocas como mera expectadora?
Para que a tudo sintas e impotente reconheça
que quando queres é avassaladora?
Óh vida, há muito sei da sua importância e
diante de infinito enigma, recolho-me, por ora,
à minha insignificância.