Amplitudes - um poema ao acaso

Um chá

um telhado vazio

uma nota musical

a voz retida na janela

o olhar do furacão assustando almas

a lua em constante mudança

o jardim a mercê das ervas daninhas

o mar engolindo o sol

a gaivota do branco anunciando vitórias

a tristeza esbaforida para gritar

o choro lavando pedregulhos

a rua sozinha

a dor na explosão da vida

os enganos na esquina

o adeus na estação

a lágrima na terra fresca

o sonho criando asas

a labareda no beijo

o perfume das encrencas

o sofrimento necessário

a descoberta inquieta

o horizonte nas pegadas

o gosto amargo da risada alheia

a penumbra estranha do ocaso

o suor das tempestades

a neblina dos terremotos

a mão, a luva e os dedos

a boca no copo

o calor do batom

a chama da vela...

o jogo o dado a sorte

o laço a fita e a surpresa

a vida o sonho a morte

a nublada história de todos nós...

Lucinha Oliveira
Enviado por Lucinha Oliveira em 16/01/2017
Código do texto: T5883829
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