Cacos

Cacos, restos de algo que fora inteiro.

Pedaços de vidas dilaceradas e incompreendidas.

Assim como os objetos, o ser humano também é um caco.

Vivendo seu dia a dia, juntando seus próprios pedaços.

Do que me valeria uma existência perfeita?

A vida humana como um simples comentário.

Eu prefiro a lâmina que corta tudo e a todos.

Eu prefiro a flor que se faz destes retalhos.

Do que me serviria a tola imagem de uma vida rica e bem sucedida?

De espelho comprado, de vida clonada eu não preciso.

Quero mesmo é os cacos, porque dos cacos recrio o que fora corrompido.

Quero mesmo é os cacos, porque dos cacos recrio o que não fora compreendido.

Queria ensiná-los sobre a caminhada torpe que o orgulho desencadeia.

Mas o que predomina em suas vidas é a força da riqueza.

Já entre os cacos, o que predomina é a força da pobreza.

Bruno Aleçon França
Enviado por Bruno Aleçon França em 11/01/2017
Reeditado em 11/01/2017
Código do texto: T5879057
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