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Avoei-me em pensamentos ontem à noite

E não lembro ao certo quando fui dormir

Prendi-me no sofrimento que passou

Nessa semana mais dolorosa do ano

Faltando tão pouco

Estando em ritmo de festa

Não me permiti aproveitar nada

Passou tudo tão depressa

A dor é um presente mal feito por Deus

Assim como a morte é uma dadiva mal escrita

Seria então nossa única saída?

Meus autores favoritos estão em maioria em leito

Restam apenas alguns que ainda respeito

Stephen King diz que o tempo é ilusão e a morte um sonho

Às vezes acho isso meio tolo

Porém real

Afinal, nunca presenciei a morte vital.

Foram diversos caminhos nesses últimos 20 anos

E não faço ideia de como serão os próximos

Barreiras foram construídas e muitas derrubadas

Sentimentos que foram desenvolvidos e outros manipulados

Em certo momento me questiono

Se o que estou fazendo, isso que chamo de ”vivendo”

É algo realmente importante

Onde estou? O que sou? O que de fato estou fazendo?

São as perguntas que me atormentam a todo tempo

As guinadas que foram tomadas às vezes me perseguem

Como um carma ruim que voltará em breve

Não sou muito de destino

Fugi bem disso

Mas não posso negar como às vezes é incrível

Um simples olhar

Um simples toque

Ás vezes uma conversa estranha como um tiro de bodoque

Não sei dizer

A vida é muito louca

Por isso parei de pensar

Parei de calcular cada passo

Cada migalha

E hoje estou seguindo a estrada

A pé é claro

Pois não gosto de viajar de carro.

Matheus Augusto Buarque
Enviado por Matheus Augusto Buarque em 05/12/2016
Reeditado em 26/10/2017
Código do texto: T5844261
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