Quem fere, infere?

através do convés, vou além, num navio frio de vazio

vou ao encontro de sua mão, em vão, sem dom de um conto

faria deste verso algo emerso, submerso, coexo, sem nexo

porém, vou além, com alguém com desdém, vou aquém doutrem

alimentar o meu ar, purificar, amar, sortiar, endeusar

o seu amor sem chão, coração na escuridão, razão sem noção

vou ao luto então, com exatidão, momento furtivo, dentro ativo

meu feroz algóz, narciso e bonito, fera quem dera, galopa paquera

de um mundo distorcido, fecundo o latrocínio, imundo assassínio

de poemas, mãos nos esquemas, flores apenas, sem armas nem penas

vou a um dilema, coesão distêmica, este é um lema? sem prosa ou tema

não vou parar, vou anunciar! O que fere... ingere... mas não difere

se assim prefere, revese, pois outros requerem, a dor que tu fizeres

algo que se infere de uma luz que digere a proeza de alguém que prospere

o bem deve-se ser deduzido, compreendido, respeitado e clamado

pelo ardor de um clamor de imensa dor de um fervor de furor de um amor

ao qual resplendor vem-se o pavor de quem desrespeitou o auror deste interior

de um admirador de vigor com sabor e favor do teor deste pendor ao primor

Gust
Enviado por Gust em 06/11/2016
Código do texto: T5814631
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