De Humano para Humano (Série Descritiva)

I

Orvalho da manhã...

Desperto a olhar o céu nublado

Meu teto, meu manto e meu destino

Onde o olhar se perde em infinito

Atenho-me ao garoar de meu ser

A água que vem do céu molha a grama já umedecida

Me levanto

II

Ruas retilíneas para vidas curvas

Bêbados fogem aos olhares transeuntes

Escondem-se em sombras diurnas

Em disfarces cadavéricos

Treva do meio-dia

O mal da boêmia

III

Caos interno

Externo

Onde a tristeza e a apatia reprimem a lágrima sincera

Onde a raiva é a violência que agride seu semelhante

Olhai por nós em temores

Já é quase noite

E o Sol ainda não raiou

IV

Faces sorridente

Textos indignados

Estudiosos renomados

Almas carentes

Ódio desfocado

Egos fragilizados

A doença é na minha mente?

V

Grita a prisioneira

Já não suporta mais o cárcere

"Liberdade! Liberdade!"

Enlouquecida em sua cela

Acha que o pátio de sua prisão

(Onde detentos se banham de Sol)

É a dita liberdade

Pobre alma...

VI

Hipnotizado por luzes

A mente inebriada por bebidas etílicas

Dançava ele em descompasso

Passo a passo

Afastava-se cada vez mais de si

Alguém o chamou

Não ouviu

Foi ao banheiro

Olhou no espelho

Não se viu

Caiu