Quando eu partir

Quando eu partir em duas a minha essência,

A parte mineral que fica,

Da intangível que parte para a inexistência;

Quando eu partir desta para uma melhor,

Separados estarão o que fui do que serei.

Ficará o que tenho de pior,

O que tenho de melhor pra onde irá não sei.

Quando eu partir para o incognoscível,

Quando chegar o meu fim,

O que é de todo plausível,

Por algum tempo serei lembrado,

Por algum passado, por algum legado,

Dirão coisas boas de mim.

Depois, o tempo que a tudo consome,

Irá tragar uma por uma as lembranças,

E nestas danças e contradanças

Esquecerão minha face, esquecerão meu nome.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 23/09/2016
Reeditado em 04/06/2020
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