Mãos atadas. ( Soneto )
Vejo pela fresta da porta fechada.
Uma sociedade vil e corrompida.
Desfigurada e de virtude despida.
Sendo pelo vício a conduta ceifada.
Ouço o estopim de fuzil na estrada.
Sujeito-me a viver presa e sofrida.
Enjaulada em gaiola mal esculpida.
Vendo no jornal infância roubada.
A imprensa, mães e lágimas, retrata.
Homens e mulheres enclausurados
Enfim, a população com mãos atadas.
A vida que visto a ninguém destrata.
Mas vejo pais e filhos atormentados.
Suspiro...Tive minhas asas cortadas.
Deusa Orquídea.