Permaneço à cantar

A noite cai, aos poucos perde o encanto, fica muda, afônica.

Os pássaros dão seu ultimo canto, como uma orquestra sinfônica.

O que era claro fica escuro, ou vice-versa, como Berlim derrubou o Muro.

De que vale a vida no dia, se é a noite que sua luz brilha.

De repente ausente, presente, constante, radiante.

Se mostra devagar, fria, um tanto confiante.

Aos poucos se liberta, mostra do que é capaz,

Traz consigo uma serotonina costumaz.

Um dia chego lá, um dia chega cá.

Enquanto esse dia não chegar, permaneço à cantar.