Moram em mim muitas almas
Casa dividida em que me tornei
Abrigando seres de confusa fauna
Caótica geografia que criei...

Já não almejo bandeiras
Qualquer símbolo que diga quem sou
Conquistado fui pelos exércitos das fronteiras
Tombo
Esquecido
Sem espanto nem horror...

A guerra que contra mim se travou
Foi justa, torpe, ilusória
Incongruente
Como fui e ainda sou
Estratégia apenas impressa na memória.

Hoje nada mais sei
E acaso soubesse
Calaria!
Pelo prazer de matar
A conquista que teria como glória
Tudo o que sei
E insisto em calar.

* Texto escrito em 1995.