MEGALÓPOLES
Tudo que se pode ver numa grande cidade,
É a balbúrdia da ilusão, camuflando a realidade.
Os loucóides cidadãos, forasteiros ou nativos,
Meio loucos, meio sãos, subsistem sem objetivos.
As conversas corriqueiras: festa, futebol, polícia;
Mil pessoas nas ladeiras,
Corredeiras de ingenuidade e malícia.
Gigantescas tabas, onde o sonho acaba em frustração.
Suntuosidades em desigualdade com a geral condição.
O desespero é latente, entre a euforia da multidão,
Nas coloridas e alegres praças, onde grassa a exploração.
Tudo que dá pra sentir é angústia e ansiedade;
Viver, pensando em fugir, sorrir, sumir, sair da cidade.
Grandes matadouros, onde manda o ouro e cresce a cobiça;
Poder em aclive, onde a força vive e morre a justiça.