Ego

Cheio,
ensoberbece a alma.
Vazio,
turva a razão.
Plausível seria
se o ego fosse
descartável, desprezível.
Se o foco não estivesse
no que se projeta,
mas naquilo que a essência revela.
Maldito ego.
Mutila o ser em construção.
Vende a falsa ilusão de sua necessidade.
Vive a vida negando sua função.
Nem cheio, nem vazio lhe quero.
Não irei desprezar sua presença maldita.
Mas serei eu, sem você.
Serei ego de mim mesmo,
não para se ver,
mas para sentir o frescor do vento.