Domador
 
Circense sou.
Nominado domador de mim,
do que desconheço ou esqueço.
Sou picadeiro, palhaço... drama e fiasco.
Escondo e sonho com holofotes, cenas, abraços.
O choro é maquiado... é lágrima de tinta.
Mas quando a cortina desce,
no espelho minha imagem reflete.
A solidão do camarim remete,
à história sem fantasias, sem claquete.
Circense sou, mas desmascaro...
retiro a maquiagem que me torna o palhaço.
Aí descubro o meu vago,
espaço oco em meu cenário...
não é circo, não é palco...
sou eu, apenas eu;
um computador, meus dedos e meu quarto.