À deriva de mim

Titubeio entre espadas e escudos

No embuste, ingrato, das decisões que não tomei.

Ai de mim se voltar ao antes.

Que a essa altura são instantes.

Num pesadelo que enterrei.

Fez de mim o tempo

Algo frio e um tanto racional.

Aprendi a esperar menos, orando mais.

Ninguém desbrava a si mesmo desconhecendo seus limites.

Esperar nada tem haver com inércia.

Estou a deriva de mim.

Num barril de vinho tinto.

As ondas sossobram, e só sobram.

Por que na maresia da vida,

Depois de muita teimosia.

Estou aprendendo a remar.

Meu pensamento é uma caravela.

Minha mente é o mar.

Nunca estive parado.

Ora remando, ora correndo.

Estou sempre me movendo.

E mesmo inculcado.

De algum modo, também posso flutuar.

O tempo é uma criança rebelde.

Que esperneia se não tem doces.

Ela tem sede do que não conhece

E deseja, anseia, apronta.

Glauco Medeiros
Enviado por Glauco Medeiros em 12/01/2016
Código do texto: T5508059
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.