DIAS ATRÁS...

Não sei viver um dia de cada vez

Pois se soubesse não haveria apunhaladas anteriores ao que sou hoje

Nem apunhalaria-me agora ao que serei amanhã.

A cada caso um acaso,

Mas duvido que não te culpe severamente pelo ontem

E tens puro medo e angustia do amanhã.

Essas palavras...

Ambas te soam aos ouvidos, vísceras e entranhas do ser

Feito arrepio de pavor que te afronta o desconhecido.

Amanha é noite escura e súbita,

Hoje é um clarear, aparentemente, mas se torna apagado

E ontem uma mera sombra inexistente para arrependidos...

Arrependimento?

É sinal de que fazes parte integral e carnal desta face inumerável chamada terra...

Um dia a cada dia é o mesmo que passo a passo pro absolutamente invisível,

Frio e impalpável.

Mesmo que dures dez mil anos

Já não vai os querer viver de tamanha falta de conseguir morrer.

Consiga em paz mesmo que incalculável os danos em terra

Pois incalculavelmente serás vivo além de fronteiras absolutamente desconhecidas.