A quem eu devo amar e respeitar?
Caminho na escuridão,
segundos sem razão,
Meu coração vem a menção
de outroras sem coesão
raspando meu chão,
fico sem lar ou poetização,
do amor que ontem passava no pão,
como recheio de cada manhã em ilusão
sigo com a simples e insensata alusão
ao teu lar que cortejo a cada lampejo
de amor neste humilde e singelo coeso
momento de apagão, do meu coração, gritar sem razão
amor nas trevas, já fiz minha reserva,
ao inferno vou nas esferas, de uma profunda conserva
de sangue e dor, no espaço e choro, de um momento remendo sem tempo
Feridas alheias passam a impercepção, de bons olhos sem visão
o meu eu somente assimila o que tento eu
você não existe, o amor desaparece, a paixão cresce no coração
não há mais coesão nesta auto-tortura, onde não vejo a Ashura
reflexão com amargura, o inferno na doçura, as trevas na criatura
pensando somente em si, não se vê mais a mim, está perto do fim
nós somos os outros e os outros somos nós
a visão não te deixa enxergar, quando o coração para de tilintar
o amor cego pelo desreipeito, a honra te enriquece sem medo
em algum lugar te encontrarei direito? minha doce dor no peito
que cisma em repetir acima de tudo, o meu amor insortudo
que clamei, que gritei, que apalpei, que chamei
porém, não encontrei
um amor onde pudesse me segurar, no desespero vejo um espelho, no meu lar
se eu pudesse algo segurar, ao amor enlouquecido e perdido
o dom de aos outros observar e interpretar, ou a honra de a si amar,
qual eu deveria pegar?