Papel Em Branco
O papel em branco me desafia,
Somem as palavras, foge a grafia
E mergulho nessa abissal loucura
Pra expiar a solidão mais dura.
Os signos se esquivam à fala,
A linguagem, que se queria clara,
Ao aflorar, parece que se cala.
O verso imerso na espessa neblina
Se esconde nas farpas da chuva fina
E o papel tão branco como a bruma
Voa ao vento sem direção alguma.