Mar de Minutos

Neste tempo tão extenso,

As injúrias matam.

As árvores desfalecem.

E as batidas do silêncio contraídas em teu peito,

Contam os segundos para a doce morte.

O velório inesperado do minuto,

As promessas que a pouco passaram,

O beijo que há anos secou nos lábios.

Tudo corre sem ao menos se despedir,

Nem tão pouco abandonar a condição do imóvel.

Tudo corre sem erguer meu eu,

De seu lugar no mínimo intocável.

Ainda é hoje, equivocadamente,

Por infeliz coincidência, inda é o agora.

Porém agora que já passara

No suor ao frio congelado,

À correnteza catastrófica do mar de minutos.

Este tempo que faz do presente inexistente,

Que torna o minuto ,em contrapartida, eterno.

Que mata os cabelos negros da Lua,

Que afaga o sorriso no rosto,

E sopra a cada 60 segundos,

levando contigo

Os momentos que nem ao menos chegaram.

G Trindade
Enviado por G Trindade em 01/07/2015
Reeditado em 03/07/2015
Código do texto: T5296307
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