Travessia para a eternidade

Meu barco foi lançado no mar da vida.
E de repente me vi a sós em meio a tempestade.
Eram ondas, ventos e granizo,
tudo tendia ao fim, inclusive meu medo.
Num lampejar de ideias percebi,
que era o próprio mundo que me afundava...
fazia-me crer que eu era onipotente,
e de Deus eu não precisava.
Ele estava lá, no fundo da minha barca.
Dormia tranquilo sobre o travesseiro posto.
Seu sono sereno era contraponto
ao meu desespero que da alma brotava.
Foi quando compreendi por completo,
qual sentido de fé eu professava...
era aquela imatura, ingênua, secularista,
de que meu próprio barco eu guiava.
Senti vergonha de meus princípios
mundanos, travessos, sem graça...
e recorri ao Mestre com carinho,
dizendo: Silencie a tempestade e me abrace.
Ele de pé, produziu uma calmaria
olhou-me nos olhos e não me repreendeu...
senti seu abraço poderoso e um sussuro no ouvido:
"não se preocupe, filho meu".
Foi assim que cheguei à outra margem,
tendo-O por companheiro de viagem.
Sem Ele eu iria em outra direção,
talvez com vida, mas sem a eternidade.
Fábio G Costa
Enviado por Fábio G Costa em 22/06/2015
Código do texto: T5285532
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