uma casa de palha
dim dom dim dom dim...
Dom, enche-se a rua de alegria,
de um lado o cinza do seco sertão,
do outro o colorido amanhecido de amor.
numa rede a beira porta da calçada,
sobrevoando, desafiando,
o ar, ou o sono que de perto me assopra.
Cobre-me do manto de alegria,
da cama que cheira querer, do vasto medo de sofrer,
da rua barulhenta e vazia
surge a beira da soleira da porta,
a pequena e tão densa tristeza...
a confiança do improvável,
tão tímido tempo me beija,
enche o meu sorriso de nada,
e meu coração de tudo...
se fecha e se esconde,
imóvel adormece,
o dia como morcego,
a noite me arranha,
me amarra e amordaça,
fazendo minh'alma refém
da desconfiança de confiar,
da rede velha prestes a rasgar,
do medo de cair,
e de novamente se ferir...
17/6/15