infortúnio.

Passaram-se os anos,

coisas e costumes.

Já não lembro da ultima vez,

ter sussurado para Alguém:Te amo.

Me perdi,envelheci,quase enlouqueci.

E no meu caminho só encontrei

almas caídas.

Eu, que pensava ser senhor do mundo,

Percebo agora não ser dono,

Nem da minha pobre vida.

Esmaecida vida, vida única,

onde a sinistra senhora,

de foice em punho,na sua negra túnica,

persiste a seguir meus passos,

não desiste de me espreitar, largar na jugular, o frio aço.

Em qual lugar e momento cairei?

Será numa noite escura em meio a sarjeta imunda?

Ou num último gole de bebida

numa mesa fedida de bar?

Talvez num velho banco de praça,

onde vários miseráveis contam seus infortúnios

e como conseguem a morte enganar.

jpsantos
Enviado por jpsantos em 25/02/2015
Reeditado em 05/05/2019
Código do texto: T5149240
Classificação de conteúdo: seguro