Asas podadas

Oh! Minha mente inquieta, o que ousas falar,

Quando contigo não quero interagir?

Hoje, almejo ficar no meu canto, sem muitos encantos,

Distante de tudo, inclusive de ti...

Hoje, nem preto, nem branco;

Nem cores vibrantes, que tentam com afinco interagir.

Quero ficar no meu canto, sem choro, sem pranto,

Apenas alheia a tudo e, principalmente, ao meu existir.

Hoje, endeuso meu sono, sem sonhos, sem contos,

Apenas no intuito de me abduzir,

De densas energias, sem sons ou alegria,

Que lá fora esperam por mim sem sorrir...

Pois não pertenço a essa esfera,

De um contexto sem tréguas, de mentes externas,

Que ousam ditar o meu agir, com uma certeza irritante,

De compreender cem por cento, daquilo que um dia levarei de mim.

E, nesse minuto de tempo, asas podadas eu sou,

Gélida, pálida, aninhada sem graça, nos restos de penas que um dia calou,

Esperançosa por asas um dia regeneradas, grandes e claras,

Onde voltarei para casa em grande esplendor.

Juliana Martorelli
Enviado por Juliana Martorelli em 07/12/2014
Reeditado em 07/12/2014
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