GORJEIO DO SILENCIO
GORJEIO DO SILENCIO
Eu preciso do silencio, sem nenhum ruído,
Para ativar meu íntimo, ninar meus ouvidos...
Na pele de minha emoção,
Sentir-me vivo...
Eu preciso de um dia...
No colo de Deus deitar,
Sem o peso dos meus erros,
Levedar!
No bálsamo do silencio,
Deixar-me cativar...
No recanto do espírito acreditar,
Que ainda tudo faz sentido.
Eu preciso do silencio,
Sussurrando o mar,
Das pedras do tormento
Me libertar...
No canto do vento flutuar,
Feito barco à vela...
Sonhar...
Que o mundo é mais bonito
Que meus medos.
Eu preciso do silencio...
Envolto em véus vestido,
No palato do sossego...
Soltar meu grito.
Eu preciso do silencio,
No leito do infinito...
Aprender a ser mais manso,
De mansidão ser nutrido.
Respirar a cura das buscas,
Cultivar meu sorriso,
No brilho da vida,
Sentir-me mais vivo!
Eu preciso do silencio,
Das palavras respingadas no tempo,
Levar minha alma a passear...
No barulho do alento.
Ouvir o som do universo...
Sem danificar meus tímpanos.
Amar mais do que ontem,
Perfumar meu ventre,
Com a fé no Deus Vivo!
Eu preciso do silencio,
Rompido com os gorjeios
Emudecidos...
Nas digitais da poesia.
Entorpecido.
Poesia: Marisa Zenatte
*Direitos Reservados