GORJEIO DO SILENCIO

GORJEIO DO SILENCIO

Eu preciso do silencio, sem nenhum ruído,

Para ativar meu íntimo, ninar meus ouvidos...

Na pele de minha emoção,

Sentir-me vivo...

Eu preciso de um dia...

No colo de Deus deitar,

Sem o peso dos meus erros,

Levedar!

No bálsamo do silencio,

Deixar-me cativar...

No recanto do espírito acreditar,

Que ainda tudo faz sentido.

Eu preciso do silencio,

Sussurrando o mar,

Das pedras do tormento

Me libertar...

No canto do vento flutuar,

Feito barco à vela...

Sonhar...

Que o mundo é mais bonito

Que meus medos.

Eu preciso do silencio...

Envolto em véus vestido,

No palato do sossego...

Soltar meu grito.

Eu preciso do silencio,

No leito do infinito...

Aprender a ser mais manso,

De mansidão ser nutrido.

Respirar a cura das buscas,

Cultivar meu sorriso,

No brilho da vida,

Sentir-me mais vivo!

Eu preciso do silencio,

Das palavras respingadas no tempo,

Levar minha alma a passear...

No barulho do alento.

Ouvir o som do universo...

Sem danificar meus tímpanos.

Amar mais do que ontem,

Perfumar meu ventre,

Com a fé no Deus Vivo!

Eu preciso do silencio,

Rompido com os gorjeios

Emudecidos...

Nas digitais da poesia.

Entorpecido.

Poesia: Marisa Zenatte

*Direitos Reservados

Mrmaryllady
Enviado por Mrmaryllady em 11/11/2014
Código do texto: T5031334
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