A Natureza Também Chora Conosco.
Ao caminhar por este dia
Com emoções tão incertas,
Um lamento me envolvia
Passando por portas abertas.
Ouvi sussurros tristonhos
Dentre tantos outros choros,
Na distância dos meus sonhos
Ainda encontrei maus agouros.
A vida não é um conto de fadas
Por isso inexistem finais felizes,
Uma penosa luta de espadas
Deixando dolorosas cicatrizes.
A morte em suas diretrizes
Ceifa nossas pessoas amadas,
Enquanto a rotina traz-nos crises
E várias dúvidas equiparadas.
Noite fria,
Dia cinzento,
Uma poesia
Almejando alento.
Sentindo o gosto do vento
Busquei olhar as estrelas,
As nuvens do firmamento
Impediam-me de vê-las.
Procurei em vão admirar
A presença da lua,
Porém não se encontrava por lá
A noite estava nua.
Sem sua luz crua:
O ambiente não faz ruído,
De luto a natureza atua
Ao ir embora alguém querido.
O universo, nestes meios materiais,
Eternamente se conserva,
Interagindo ao dar-nos sinais
Mostrando-nos aquilo que observa.
O canto dos passarinhos
Revela o regozijo vindouro,
O sol ilumina nossos caminhos
Com seu brilho de ouro.
Quando não enxergamos a beleza
Na paisagem além da ponte,
É um indício que a natureza
Entristeceu seu horizonte.
Nosso dissabor
Por ela é sentido,
Compartilha a dor
De coração partido.
É uma dura certeza
Que a todos nós devora,
Afetam sofrimento e tristeza
Seja humano, fauna ou flora.
Hilton Boenos Aires.
05 – Junho – 2014.
Caruaru – Pernambuco.