Quiçá "O Lobo"

Vida - doída, um tanto bela

Tem cores tristes, e claro, vivas

Sol e chuva...

Lágrimas à luz de uma vela

Tem "o bom" e o sabor

Após um dia de trabalho

Na rotina da chegada...

Peço descanso e um abraço

E o coral de bem-te-vis

No meu telhado ouço

Em afinadas vozes

Num dia ensolarado

Depois, o sorriso da menina

Que admirada assiste

Ao baile mais lindo...

Sua primeira chuva de granizos

Há alegria nas manhã

Com aquele beijo

E uma xícara de café

Na paz da minha cama

Sei que nas horas de angústia e dor

Eu clamo e sou ouvida

Pelo bom Deus,

Nosso Senhor

Por isso, eu abro os braços,

Giro e canto

Não vislumbro o mundo

De uma janela

Eu piso a areia

Mergulho fundo

Ajudo quem eu puder

Cães e gatos, homem e mulher

E embora as mãos que tenho

Ainda não toquem o piano

Posso tocar com todo amor que há

Aqueles a quem eu amo

Naquele lado escuro do meu pensamento

Eu fujo, corro tanto, pra secar meu pranto

Lamento muito aquela infância...

O abandono, a solidão em abundância

Eu sei que cresci criança

Querendo colo

Eu sei, eu sei...

A segurança!

E sem querer, o medo vem

Do inconsciente, o sonho vem

Deve ser fantasia infantil

Quiçá "O Lobo".

Yara Chima
Enviado por Yara Chima em 27/02/2014
Reeditado em 27/02/2014
Código do texto: T4708540
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