Menino, tu que cresces pela rua
Como se fosses ganhar a fama,
Tens por pai e mãe somente a lua,
E em cada beco um estranho chama.

Persegues fiel  tua desdita fatal
Jogado pelas ruas de pedras e gentes
As drogas que usas, já achas normal
O que sentes não pensas o que pensas não sentes

O  que pensas não sentes, o que sentes tu mentes.
Do inicio na cola, - que diz agora  ser de criança,
Passaste  ao crack  e por todas gradualmente, 
Tendo só  onze anos, te achas adulto em tua crença,
O crack é mais barato... e achas mais facilmente.

Pensas, repensas, seres feliz recidivo assim,
Que o mundo sem fronteiras é tua posse?
- Terás infeliz menino, um incongruente fim.
Ao menos sentisse, que o outro, teu amigo fosse!
- Se amigo, não sei, mas ele traz a droga pra mim.

Ao pagamento tu roubas, assalta sem demora,
Tudo fazes para teres a droga e ficares vivo,
Onde dormistes ontem? - Não me lembro agora!
Crônica-poema de dor crônica; assim redivivo:
Elevemos aos céus nossa oração sem demora.

Poema-ficção? Não! Neste momento agora,
Ao reverso dos sonhos de um poeta que ora, 
Que vem de caminhos mais suaves  de outrora,
Esse mal  devora, uma criança moço ou senhora,
- Óh Deus, dai o Livramento à alma que chora.

O inferno existe. Reside no império do mundo.
Oferece a linda rosa, na beira do abismo escuro,
Insaciável  de almas, ao sorvedouro profundo,
- Retirai nos o Mal, dai-nos coração mais puro,
Afasta das criaturas, esse Mal  tão imundo.

Que fora da janela de nossa alma,
Venha dos Céus a Graça do Livramento,
Que a todos os que sofrem reine a Paz,
Pai afasta das vítimas esse sofrimento,
E que o vício seja vencido pelo Todo Capaz!





 


 



 



 
Mauro Martins Santos
Enviado por Mauro Martins Santos em 23/08/2013
Código do texto: T4447547
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.