MINHA INFÂNCIA.

Ah, como é forte a saudade,

companheira da lembrança,

de que vivi a infância,

sem saber que era criança...

nem me lembro das bonecas

menos ainda dos colegas,

Vejo o rosto do meu pai,

tomando de mim toda inoscência,

criança que chorava como adulto,

que sofria como adulto,

na época em que o melhor seria brincar,

ah, que tristeza da saudade,

de quem não viveu sua idade,

de quem cresceu a força

como se cresce uma maçã contaminada por agrotóxicos,

é ... mesmo assim, tenho saudade,

e me lembro de que lutei para ser criança

até amei a minha infância,

mesmo que rápido cresci...

meu corpinho tão franzino,

inoscente, maltratado...

quanto a isto, chega!!!

de repente eu cresci, depois de já ter crescido

na minha marcada infância,

infância? intolerância...

ignorância... ÂNSIA.

Queria tanto ter abraçado meu pai,

mas, ele nunca deixou,

que lhe desse um abraço de filho

e um beijo de amor,

também, nem deu tempo para amá-lo,

nem à ele, para amar-me,

mas, tudo bem,

isto também passou...

Agora, que estou madura,

MADURA? PODRE MEU CORAÇÃO!

INFLAMADO, INFECCIONADO,

DE TRISTEZA E SOLIDÃO,

de não ter recebido o Amor,

de não saber se amei,

Ah, infância distante,

Nunca mais te encontrarei,

nem se nascer outra vez...

ah, que saudade e arrependimento

de não ter vivido minha infância,

como toda criança a vê...

MAS, NÃO TIVE CULPA,

APENAS CRESCI A FORÇA...

Del Dias
Enviado por Del Dias em 27/03/2008
Código do texto: T918666
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