Lapsos de fúria
Um segundo e o pavor é consciente.
Hecatombes nucleares fazem a insanidade violentar-me, gritam a favor da vileza.
O sol espanca-me com suas armas anti-congelantes, raios ultravioletas.
Inconsciente.
Sociedade contemporânea estrangula o amor.
Tenho direito ao colo edipiano, mesmo quando a tormenta da insegurança faz tremer a balança.
A família destruída pela falta de moral.
Uma tépida guerra fria criada pela mídia anti-erudita.
Julgo; pelas faces que tive que arranhar.
Surto; pelos dias que me pus a sonhar.
Não serei o martírio de suicidas,
o herege dos católicos.
Mas ao fogo jogarei todos os lúcidos/beoscios.
O prazer desconhece minhas lamúrias.
O sangue coagula e torno-me um doente.
Digno de livros, contos, poesias subseqüentes.
Sou eu o lapso de fúria.