Coisas
Meu sentimento petrificou-se
a vida e seus prazeres , adotaram a essência de tudo
Hoje não existo nas cores que colorem
o caríz moderno do romance
Perdeu- se tudo
Sou uma laje tumular sem recado
um passado singular , das memórias
Que o mundo não quer saber
O choro escorreu-se
Regou as paredes da solidão
Um trago no cigarro sempre me cai bem
Espanta os medos do escuro
No vão da porta e o fio de luz de poste
Que o gato entra e deixa entrar.
O teto me sufoca , um dia me cai no peito
A cama treme, velha e cansada
Me suporta com meus demonios
A essência da casa.
Quando a madrugada sopra no lençól
a pia goteja, verseja, sussurra, grita
O poster da mulher nua resiste
Pendurado , descascado
Me mantém estático, ate que eu pisque
E volte pra violência , pra vida, pra sobrevivência.