As paralelas se encontram no infinito

Vagamos em lugares aparentemente distintos

Apenas diferentes níveis do labirinto

Acorrentados em prisões que inventamos

Enredados em teias que criamos.

Caminhamos com antolhos

Ignorando o que gritam nosso olhos

Prisioneiros de regras e convenções

Repetindo sem questionar tolos refrões.

Limitando o sentido da vida

À rotineira e objetiva lida

Receio de tocar na ferida

De não ter a missão julgada cumprida.

Os muros ilusoriamente protetores só isolam

As tormentas vêm de dentro e assolam

Ninguém consegue fugir de si mesmo

Nem passa incólume numa existência a esmo.

O sangue aquece e corre para a roda girar

O sonho advém da necessidade de realizar

O amor ensina a somar e multiplicar

As estrelas demonstram a arte de se doar.

Ninguém pode ser feliz sozinho

Os solitários desistem no caminho

Os amantes se descobrem no infinito

Eternamente perpetuando o mito.

As paralelas em algum instante começam a convergir

Os sentimentos ocultos e latentes começam a fluir

A paixão é tão forte que não dá para resistir

Do amor pré-destinado, ninguém consegue fugir.

Ello
Enviado por Ello em 17/08/2020
Código do texto: T7037649
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