As paralelas se encontram no infinito
Vagamos em lugares aparentemente distintos
Apenas diferentes níveis do labirinto
Acorrentados em prisões que inventamos
Enredados em teias que criamos.
Caminhamos com antolhos
Ignorando o que gritam nosso olhos
Prisioneiros de regras e convenções
Repetindo sem questionar tolos refrões.
Limitando o sentido da vida
À rotineira e objetiva lida
Receio de tocar na ferida
De não ter a missão julgada cumprida.
Os muros ilusoriamente protetores só isolam
As tormentas vêm de dentro e assolam
Ninguém consegue fugir de si mesmo
Nem passa incólume numa existência a esmo.
O sangue aquece e corre para a roda girar
O sonho advém da necessidade de realizar
O amor ensina a somar e multiplicar
As estrelas demonstram a arte de se doar.
Ninguém pode ser feliz sozinho
Os solitários desistem no caminho
Os amantes se descobrem no infinito
Eternamente perpetuando o mito.
As paralelas em algum instante começam a convergir
Os sentimentos ocultos e latentes começam a fluir
A paixão é tão forte que não dá para resistir
Do amor pré-destinado, ninguém consegue fugir.