Vida

Agora é muito cedo. Amanhã, tarde demais. Hoje é o reprise de ontem, a mesma sombra fugaz. A mesma cela, a mesma era, a mesma guerra, a falsa velha nova paz. Senhor ou escravo do tempo, esse velho avarento que regra dias, horas e minutos aos atemporais. Quem é que somos senão relés meros mortais. Viver requer ousadia. Mais do que essa enfadonha simpatia é preciso ser empatia pra fazer valer a viagem. A memória é falha e é sempre bom lembrar que aqui é breve passagem. Sinta a vida com todos os poros. Deixe os espinhos entrarem. Redomas de vidro mais que protegem, sufocam, deixe elas se quebrarem. Desprenda-se desse casulo. Deixe as borboletas voarem. Boa sorte, meus amigos! Os tempos são difíceis, mas é na mente os maiores voos a se alçarem!