Depressão




Eu vi a vida escorrer sobre meus sonhos,
Meus dedos, medos, e canções,
Meus sonhos tinham paralisados,
Meus dedos já não escreviam,
Eu já não cantava.
Era um breu, tudo virara um breu.
Passei muito tempo fazendo da cortina do meu quarto o sol,
Fazendo das bulas dos remédios, quase um poema,
Fazendo das lamentações a DEUS, meus cantos.
Pensei em morte,
Por sorte, Ele abriu novamente meu Caminho,
Ele nunca me deixou sozinha,
Foram anos e anos, nessa luta,
Já não me via criança nem adulta,
Simplesmente respirava,
Achava longa toda e qualquer estrada,
E ainda apareceram alguns amigos como de Jó,
Falar como as dores aumentaram não sei nem como,
Criticaram minha fé,
Zombaram da enfermidade,
Disseram que era coisa da idade,
Me entupiram de remédios,
Gente de todo credo vinha dar seus palpites,
Eu só os assistia,
O tempo passando,
Eu piorando,
Não sei nem como viva estou,
Não sei sabendo, DEUS me segurou, como sempre Ele faz.
Hoje já não escuto muitas pessoas,
Me distancio do que me atinge,
Da ignorância quero distância,
Tenho com quem conversar quando preciso,
Um grande novo amigo,
Sou grata a DEUS por isso,
Mas nunca virem as costas nem deem palpites a quem luta com a Depressão.
Ver com olhos de amor, é preciso.
Teônia Soares
Enviado por Teônia Soares em 03/08/2018
Reeditado em 17/12/2020
Código do texto: T6408507
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