Presente do Tempo
Dos vislumbres que o tempo me rouba só me resta alguns poucos prazeres e suas lembranças.
Da fé, da esperança, do que pulsa fervente em toda eterna criança só me sobram os deveres sem nenhuma abastança.
Eu queria aproveitar mais meus momentos que me são roubados.
Entender com o tempo este tempo passado. Eu queria olhar pra um conhecido e não o ver tão cansado, com a face caída, dos percalços da vida e assim bem me ver, pois é igual minha lida.
O vigor jovial já em fase vencida, expectativa estendida, sorte não garantida. Se há vida além onde o tempo é presente, essa vida daqui é caminho pra gente. Se o eterno sorrir acenando à frente quero então prosseguir e ser também sorridente.
Dos vislumbres que o tempo me rouba só me sobram, enfim, nostalgias.
Nesta vida inquietante e vazia, toda força contrária e arredia, é paixão tão efêmera e fria.
Todo anseio que quer completude é
razão pra expressar alegria.