A relatividade da estação

Eis que é verão,

Cai a chuva

E encharca o chão.

Meu guarda-chuva

que já foi Verde uva

agora ela Amarelo limão

Descartado, esquecido

Em algum canto jogado

Enquanto o céu está nesta lavação

é água para todo o lado

Coração machucado

Olhos mais molhados que o próprio chão

onde está aquele que um dia

Me protegeu dessa fria chuva

Desde quando era verde uva

Até depois de virar amarelo limão

Onde está meu coração?

De longe ele vem caminhando

De preto e branco todo molhado

resmungando sobre um guarda-chuva quebrado

Que segurava na mão

Um encontro da má sorte?

Um novo amor ou uma nova morte?

Olhares trocados

Risos forçados

Aquecendo as dores do coração,

Caminhamos na chuva,

Conversamos, dançamos

E observamos as cores da estação

Deixamos pra trás todas as coisas banais...

E esperamos o sol voltar.

Ouvindo aquela velha canção

Enquanto o sol se tornava luar

Um novo amor ou uma nova morte ?

Se é verde uva ou amarelo limão

Ou se é inverno ou verão...

A relatividade da estação

não está nos olhos,

Está nas batidas do coração