Roubada de mim

Roubei-me a liberdade ociosa

dos versos livres.

A beleza emblemática

das palavras soltas.

O olhar atrevido

da alma ousada.

Roubei-me as letras alegres

da poesia envolvente.

Que pulsa em minhas veias

tal sangue quente.

Roubei-me a audácia

troquei-a pelas lágrimas,

doídas e escondidas

nos risos bôbos

da alma pungente.

Ainda mais que isto

tenho roubado-me de mim

tal como cordeiro

que entrega-se ao holocaustro

de um sacrifício derradeiro.

Roubei-me a luz, como a noite

sufocando o dia em eclípse.

Soluçando últimos raios

derramados por sobre os rios.

Roubei-me de mim

traissoeiramente e covarde

tal sôpro em seu fim.

Roubei-me assim

com a consciência dos tôlos

na perspicácia do não no sim

Linda Diniz
Enviado por Linda Diniz em 01/08/2017
Reeditado em 15/08/2017
Código do texto: T6071538
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