Tempos sufocantes.

Vivemos tempos

Onde a podridão

A lama

A decadência

A maldade

Conseguiram chegar em seu ápice

Cada um de nós

Pisamos em pregos enferrujados todos os dias

Nossos pés estão cansados

De andar por caminhos dolorosos

Olhos cortados pelo absurdo

Nossas mãos tentam segurar em algo que não existe

Iludidos em tempos velozes

Ou em tempos vagarosos?

E a sujeira continuará saindo, saindo

Até que se purifique

Seja na dor

Seja no amor

Amor que está sim presente

Em faíscas um pouco escondidas

Para que essa podridão queime aos poucos

Só assim viveremos tempos alegres

Até lá

Que curemos essa ferida

Que nossos corações estejam quentes

Que nossos olhos vejam brilhos e mais brilhos

Que sejamos um novo ser.