Jardins
Andarilhei nos teus jardins
Terra que ninguém anda.
Enveredei nesse confim.
Te encontrei na varanda.
Redescobri tua em beleza.
Na valsa das borboletas
No vermelho das roseiras.
Na polidez das alamandas.
Vi casarem os passarinhos
Com o gorjeio, burburinho
Com a lágrima do lírio
Com o charme das primaveras.
Colhes vívida estação.
No broto das violetas.
E deitada à relva, no chão.
És pouso das borboletas.
E admiram-se as hortênsias.
Pelo silêncio impoluto reservado.
Que são à um coração despedaçado.
Um retrato de vivências.
Só quem ja amou uma flor.
Tem na lembrança os espinhos.
E a esse particular amor.
Fala o canto dos passarinhos.
E aprecia jardins enfeitados.
Moldura de tantas cores.
E pelos sentimentos pintados.
Tem ciumes de seus amores.
As flores do jardim são o restante.
De um vassalo amor no meu peito.
Que retratando os sonhos de antes.
Entre cepas, espinhos e instantes.
São a dor que carrego do meu jeito.