Depois do Sempre
O amanhã nunca se deita ele se deleita.
O amanhã é como amar só quer somar.
Ele é mito surreal.
É acreditar no que se fez sonhar
Ele nunca espera só espeta o que se escapa.
Nunca faz dormir só acordar
O amanhã é sucumbir do imaginar.
Almofada de sorrir.
Azedo e amido.
Renato e sulfato.
Amor e abrigo.
Consoante e consulado.
Ramalhete e solvente.
Amar e sublinhar.
Subnomear e constar.
Constar e verbalizar.
Verbatizar e sonetar.
Ser e ter.
Ter e sofrer.
Sofrer e amanhecer.
Acordar e tocar.
Tocar e sufocar.
Respirar e aliviar.
Brincar de plantar.
Semear e induzir.
Ir e sumir.
Aparecer e ser.
Permanecer e ter.
Ter e perceber.
Conter e prestigiar.
Notar e provar.
Noção e tradição.
Traduzir e reduzir.
Brilhar e caçoar.
Rir e sorrir.
Chorar e amar.
Amar e planar.
Arrebatar o pão.
Colher o clarão.
Relatar o falar.
Falar e dizer.
Dizer o laser.
Assar o dom.
Dosar o humor.
Cheirar o louvor.
Lavrar o calor.
Harmonizar o imaginar.
Apanhar o gari.
Tocar o particular.
Prosear o antemão.
Gritar o mensurar.
Mensurar o trepar.
Gemer o sacrifício.
Doar o regenerar.
Gostar do dançar.
Melodiar a estrofe.
Blindar o cifrão.
Rebolar o alçapão.
Queimar o carvão.
Corte da noite.
Bosque da imaginação.
Perdizes da união.
Salvadores da rebelião.
Fugir sem estação.
Vestir o rendável.
O remível.
O livre.
O homem.
O amável.
O afável.
O publicável.
O articulado.
O ditado.
O cansado de audiência
sem falência.
O pai do filho.
Neto do bisneto.
Concreto e como
homem senhor de si
dentro de nós.
E com nós...
Como um garoto simples
e maroto.