Como um segundo
Quanto tempo de eternidade ainda nos resta?
Acho que o mesmo tempo que cabe na palma da mão.
Lá, onde o mito ainda é crocitado pelos corvos, talvez haja resposta
A eternidade pode estar em qualquer lugar, por isso foge pelos dedos
O pontilhar das gotas de chuva numa poça solitária imita o som de piano
E as pequenas ondinhas se propagam em círculos cada vez mais lentos
Cada vez mais lentos, à música do infinito
Enquanto o mundo dança num grão de areia
Eternidade, eternidade
Fugaz eternidade
Que deita um céu de flores selvagens em meus olhos nublados
Eternidade, uma dança embaixo d'água
Solitária como um sonhador na multidão
Intensa como um segundo