Como um segundo

Quanto tempo de eternidade ainda nos resta?

Acho que o mesmo tempo que cabe na palma da mão.

Lá, onde o mito ainda é crocitado pelos corvos, talvez haja resposta

A eternidade pode estar em qualquer lugar, por isso foge pelos dedos

O pontilhar das gotas de chuva numa poça solitária imita o som de piano

E as pequenas ondinhas se propagam em círculos cada vez mais lentos

Cada vez mais lentos, à música do infinito

Enquanto o mundo dança num grão de areia

Eternidade, eternidade

Fugaz eternidade

Que deita um céu de flores selvagens em meus olhos nublados

Eternidade, uma dança embaixo d'água

Solitária como um sonhador na multidão

Intensa como um segundo

Lumontes (Lucas Montenegro)
Enviado por Lumontes (Lucas Montenegro) em 03/11/2016
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