CAVEMOS O QUE VIRÁ

CAVEMOS O QUE VIRÁ

Rondamos o por vir

cheio de sacolas

do que se foi

Agarramo-nos em lembranças

ainda que tristes e sem esperanças

Fazemos aderir à pele

mesmo a lâmina que nos fere

E sem que deixemos cicatrizar

seguimos a reclamar

do corte profundo

da dor aguda

lágrima miúda

de quem não quer mudar

A luz chamada no entanto

Ignora o nó do pranto

Invade a casa com o sol

Ilumina, irradia e sacia

Não há todo sem fração

Nem amanhã sem oração!

Conceição Castro
Enviado por Conceição Castro em 31/08/2016
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