CAVEMOS O QUE VIRÁ
CAVEMOS O QUE VIRÁ
Rondamos o por vir
cheio de sacolas
do que se foi
Agarramo-nos em lembranças
ainda que tristes e sem esperanças
Fazemos aderir à pele
mesmo a lâmina que nos fere
E sem que deixemos cicatrizar
seguimos a reclamar
do corte profundo
da dor aguda
lágrima miúda
de quem não quer mudar
A luz chamada no entanto
Ignora o nó do pranto
Invade a casa com o sol
Ilumina, irradia e sacia
Não há todo sem fração
Nem amanhã sem oração!