Mormaço
Sinto o mormaço
Quente
Invisível
Entrar pela janela
Tocar-me o espaço
A alma,
Os braços
Que ansiaram pela caneta
Pensando no espaço
Que deixei
Uns dias depois do mês passado
O vento toca
As palavras deste caderno
Esvoaçam
Com a fumaça
E tocam-me
O peito
Que acelera
Com a fumaça
Que traguei o desespero
O desespero
Mormaça
O quarto inteiro
Pois assoprei
Quase todo meu peito
Desde janeiro
Onde tanto tempo perto,
Desesperou-me aqui
De tão longe
Morro.
Por teu tiro certeiro.