Depois da Tempestade

A chuva durou bastante

E quando finalmente acabou

Não havia quase nada

Tudo foi levado e lavado

Podia reconhecer os lugares

Porém tudo estava bagunçado

Datas, durações de dia e noite

Nada estava como antes

A chuva pode ser bem forte

Mas a sensação de vazio

Quando ela se vai é a pior

Do que sentir-se tão molhado

O sorriso sai por uns dias

E parece estar tudo bem

Mas como poderia?

A tempestade levou tanta coisa

E quando essas coisas

Fazem falta e apertam o coração

É como uma grande buraco

No quarto onde dormimos

A dor quase sempre remediada

Sem muito problema, passa rápido

Mas ainda habita o medo

Do desconhecido, desse vazio

Se olhar para trás dói

Se pensar no futuro vazio, dá medo

A solução é construir o presente

É cimentar o buraco no quarto

Pense então nas coisas que ficaram

Duvido se nem um sorriso dê

Pense que hoje é um dia, e amanhã também

Quantos dias quer desperdiçar?