QUEM É VOCÊ?

QUEM É VOCÊ?

Você, que está comigo,

Que sem falar, me ouve e vive nos meus pensamentos,

E para ti... Falo tanto?

Para você meu amigo, conto tudo!

Nada escondo, porque moras dentro de mim.

Você é o ser que me conhece mais que a mim,

No entanto, só te encontro aqui.

Bem dentro de mim!

Crio-te, conforme preciso,

Busco-te conforme a solidão,

Você nem sabe, mas te amo!

Por me ouvir e estar aqui,

Sempre à mão!

Às vezes você é meu irmão, aquele de carne,

Irmão de sangue, que trago, aqui, no pensamento,

Preenchendo minhas ausências,

Para te contar tudo o que aqui me vai.

Às vezes, tu és um primo, querido, que está distante,

Mas por lembranças queridas,

Julgo-te meu confidente.

Tem dias...

Que trago-te aqui,

Você, meu amigo, companheiro de antigas jornadas,

Que marcou a minha vida deixou suas partes em mim,

E agora, sozinha, te busco para contar...

Muitos momentos te trago,

Minha mãezinha querida,

Com medo de atrapalhar seu descanso,

Mas existem aqui tantos vazios,

Que supres, só por me ouvir, apenas!

E nas horas de maior dor,

Aquela saudade que aperta,

E não posso clamar por presença,

Trago-te, filhos amados,

E lhes falo dessa ausência, tão longa!

Quem é você, meu amigo,

Que está sempre comigo?

Nas minhas noites de insônia,

Nas minhas tristezas infindas?

És, um irmão,

Um filho, um amor,

Um pai, às vezes mãe.

Meu amigo!

Aquele, para quem desnudo meu mundo,

Entre lágrimas, choros e risos.

Todos que amo, busco, e aqui quero comigo,

Quando não posso ter a presença que toca.

Mas você está tão presente, mediante a intimidade que fica,

Que se não te toco com as mãos,

Toco-te com minha alma!

Nem sempre é só tristezas,

Vezes há que as notícias são boas,

Mas à volta não encontro quem queira comigo se alegrar.

Aí eu faço assim...

Escolho um de vocês...

Um amigo, um irmão, um filho, um amor,

E trago aqui para dentro,

E falo... falo e conto...

É um diálogo capenga, onde somente eu falo tanto!

Mas fico aqui na esperança,

De ter alcançado seus sonhos.

Mas, o que mais me admira...

É que pra você... conto tudo!

Mas se vier... carne e osso!

Provavelmente... nada direi!

Quem é você?

Você é o que eu queria que fosse,

Nestas horas tão incertas,

Trouxesse contigo um carinho,

Um abraço...

Uma palavra, que fosse...

Que rompesse, nesse instante,

O cordão da solidão!

Irani Martins

22/05/2014

Irani Martins
Enviado por Irani Martins em 11/01/2016
Código do texto: T5507837
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.