SEM DÓ O AMOR AMOU
Sem dó o amor amou.
Desceu a morada amara atrás da amada,
A adorada três vezes mutilada.
Em seu nome,
O dono da face ardorosa,
Ao mirar a roda espelhada do rio,
A lâmina domou-lhe o lume,
O drama entrecortou a face,
E no fundo do mar enredou-lhe.
O rei de um mundo áureo de modorra,
Consentiu seu arcaico bicho morrer humilde,
Devoto de escassez e temperança,
Cedeu palavras como casa e sua graça.
Romas remotas e novas romarias,
Rainhas de louros e damas de ambrosia,
Corteses e funestos em sua companhia,
Teu filho, do céu trouxe o fogo;
Abrindo cortadura à atmosfera,
O archote em um golpe abre no homem o firmamento,
Porém, o prego e a montanha vêm à roda,
Pela dor é amoedada sua fortuna:
O abutre, madeira cruciante é amigo amado.
Todavia...
Sem dor o amor amou...
Um dia.